exagero

o exagero não é pré determinado. ele é relativo e, dentre todas as relatividades, a nossa, própria, é a mais importante. tem a ver com limites também. quando a gente sabe o nosso, dificilmente a gente exagera. às vezes se passa.

não tem como delimitar, ou tem? como saber definir limite? tu conhece os teus? sabe o momento de te retirar de uma situação?

são coisas que a gente cobra das pessoas: limites, "não exagera". é tudo ligado a nuances muito sutis de vivências. é difícil.

a vida, acho, é pra ser assim mesmo. vive, se fode, aprende. tenta fazer melhor, errar menos, se fode um pouco menos e aprende um pouco mais. e assim seguimos, até entender quando estamos exagerando, quando estamos indo além dos nossos limites. seja no consumo de algo, seja comida, drogas (lícitas e ilícitas), situações e relações.

o mais importante talvez seja lembrar sempre que, quando exageramos, quando vamos além, o maior prejudicado acaba sendo nós mesmos (exceto quando se trata de casos de violência, etc).

entender limites não é se limitar, é apenas entender que tu, na tua individualidade, é diferente dos outros e não tem o mesmo ritmo, ou sente as coisas de forma diferente, tolera ou não tolera certos comportamentos.

pra nossa sorte, somos todos diferentes.

eu nunca quis ser igual a ninguém.

me impus limites durante muito tempo e, depois que me liberei, acabei rompendo com outros que eu já sabia que tinha. mas tudo bem, pra entender o que é o exagero, eventualmente, a gente precisa exagerar.

eu passei meus limites, agora preciso de repouso. mental.

há os que se energizam nas socializações, há os que perdem energia. eu perco. na minha introversão eu preciso de tempo, preciso de mim, meu cantinho e, que bom que eu percebo. me percebo demais.

a rotina tem sido exaustiva e o tempo pra mim tem se tornado quase nulo. minhas séries, minhas músicas, meus textos e minhas artes aguardam por mim mas, também, quero abraços e felicidade estampada nos encontros.

eu sou um grande misto de gostares, isso que me faz glendismo.